Entidades reforçam, na Câmara, a candidatura da Chapada do Araripe a patrimônio da humanidade

Com o apoio de órgãos federais, várias instituições do sertão do Cariri, no Ceará, reforçaram a candidatura da Chapada do Araripe a patrimônio da humanidade, durante audiência na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6 de dezembro de 2023).

O dossiê sobre a região deve entrar na lista do Brasil para 2024, a ser submetida à apreciação da Unesco, órgão da ONU para ciência, educação e cultura. Além do Ceará, a Chapada do Araripe abrange áreas de Pernambuco e Piauí marcadas por pluralidade cultural e relíquias paleontológicas, arqueológicas e paisagísticas.

O presidente da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, Alemberg Quindins, acrescenta que a região guarda registros da evolução do planeta ao longo das eras geológicas. “Se nós fizéssemos uma viagem de drone vindo da África ou da Europa, nós iríamos compreender que a Chapada do Araripe é um relicário, uma testemunha do período cretáceo, da divisão desses continentes", destacou.

A Chapada do Araripe tem áreas de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, abrigou uma das primeiras florestas nacionais (Flona) em 1946, e se tornou o primeiro Geoparque da Unesco nas Américas em 2006, conciliando ações de educação, turismo, geoconservação e empoderamento da população local.

Candidatura
Ao todo, 129 instituições estão articuladas, desde 2019, na candidatura a patrimônio mundial. O dossiê técnico-científico ficou a cargo da Universidade Regional do Cariri, com financiamento do governo cearense.

O diretor regional do Sesc-Ceará, Henrique Javi, ressaltou a valorização da cultura e dos modos de vida do sertanejo presentes no mote da campanha: “Patrimônio dá humanidade”. “Tem uma coisa importante nessa proposição, que é não utilizar o patrimônio da humanidade como relação de posse: é um ‘dá’ com acento agudo que torna verbo essa palavra. Todo esse empenho é para mostrar que o reconhecimento de áreas como essas provoca humanidade nas pessoas e traz para as pessoas essa ancestralidade que nos faz reconhecer como humanos”.

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