A rapidez com que Fausto Silva, 73, recebeu um novo coração provocou estranhamento em parte da população, ao longo dos últimos dias, dentro e fora das redes sociais.

 

A rapidez com que Fausto Silva, 73, recebeu um novo coração provocou estranhamento em parte da população, ao longo dos últimos dias, dentro e fora das redes sociais. O apresentador, que vinha tratando um quadro grave de insuficiência cardíaca, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, foi submetido ao procedimento cerca de 20 dias após ter o nome incluído na fila nacional.

Casos como o do comunicador, no entanto, são cada vez mais comuns no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, dos 262 transplantes de coração realizados no país de 1º de janeiro a 27 de agosto, 72 (27,5%) foram realizados em menos de 30 dias na fila —incluindo o do famoso. O número corresponde a quase um terço do total de cirurgias do tipo feitas no período.

"Uma coisa que parece muito rara de acontecer está se tornando cada vez mais comum, graças a Deus, no nosso sistema. O maior grupo de pacientes transplantados esse ano, no país, foi de pacientes que receberam um órgão em menos de 30 dias", explica a médica Daniela Salomão, coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes.

Menos de 30 dias: 72 pessoas (27,5%)
De 30 a 90 dias: 65 pessoas (24,8 %)
De 3 a 6 meses: 39 pessoas (14,8%)
De 6 meses a 1 ano: 48 pessoas (18,3%)
Mais de 1 ano: 38 pessoas (14,5%)

Conforme o painel nacional, em consulta feita pela reportagem na quarta-feira (30), 378 pessoas esperam por um transplante de coração — 249 homens e 129 mulheres. O estado de São Paulo lidera o ranking, com 207 pessoas aguardando pela cirurgia. Já os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Norte aparecem na outra ponta da lista, com uma pessoa cada.

São Paulo concentra de longe o maior número de pessoas na lista. No estado, segundo informações do HCor (Hospital do Coração), o tempo de espera pelo órgão em casos mais simples varia de 12 a 18 meses — dependendo de variáveis técnicas, como gravidade, tipo sanguíneo e tamanho corporal.

"Em casos menos graves, a espera por um transplante cardíaco pode ser de 12 a 18 meses, em média. Em casos mais graves, esse período pode ser reduzido para de dois a três meses", esclarece o médico Paulo Pego Fernandes, cirurgião cardiovascular e torácico do HCor.

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