GAROTO TRANS DO CRATO MUDA NOME E GÊNERO NA CERTIDÃO APÓS DEFENSORIA ATUAR E GARANTIR DIREITO EM DECISÃO JUDICIAL

Aos 12 anos, Gustavo, residente do Crato, Ceará, conseguiu legalmente alterar sua certidão de nascimento para refletir seu verdadeiro nome e gênero, graças à intervenção da Defensoria Pública do Ceará. Desde os sete anos, ele se identifica como menino e agora poderá ser reconhecido dessa forma oficialmente. Com o apoio de sua família e da Defensoria, Gustavo superou obstáculos legais e sociais para alcançar esse marco significativo em sua vida. Sua mãe relata como ele expressou seu desconforto com sua identidade de gênero anterior e como sua decisão de viver de acordo com sua verdadeira identidade o trouxe paz e bem-estar emocional. Os envolvidos no caso destacam a importância da retificação para a dignidade e o bem-estar das pessoas trans, além de fortalecer políticas públicas que promovem inclusão e respeito para essa comunidade vulnerável.
“Para mim, isso é muito importante porque agora eu não vou mais passar por muitas coisas, como por exemplo a chamada na escola [quando se referem a ele pelo nome de nascimento, feminino]. Meus amigos e familiares sempre me apoiaram em tudo. Todos ficaram muito felizes com a minha conquista”, relata Gustavo.
Ele recebeu a nova certidão na última sexta-feira (26/4), em momento surpresa preparado pela família. A mãe dele, Amanda Alencar, recorda que o filho escreveu, anos atrás, um bilhete no qual revelava, nos dizeres de uma criança, não estar bem por ser identificado pelo gênero feminino e, por isso, queria mudar para se sentir melhor. Começou, então, a não usar mais roupas femininas, cortou o cabelo e assumiu a identidade.
Já o assessor de políticas LGBTs da Prefeitura do Crato, André Lacerda Barros Filho, participou do caso como uma das testemunhas ouvidas pelo juiz. “A retificação é muito importante, principalmente para evitar constrangimentos pelo uso de um nome que não se refere à identidade do gênero da pessoa. Participar desse momento foi algo muito significativo, porque você constrói e fortalece as políticas públicas para uma população que já é tão vulnerável, além de garantir o direito dela de existir no mundo”.

Fonte Gazeta do Cariri
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