O plantio da mandioca, por não necessitar de uma grande quantidade de água, encontrou seu lugar no Semiárido nordestino para se desenvolver. As casas de farinha se espalharam no interior do estado para produzir, quase de forma artesanal, os seus derivados, como a própria farinha, a goma, o beiju, a tapioca e a massa puba. No entanto, com o avanço da industrialização este processo foi, aos poucos, se tornando cada vez mais escasso.

 

O plantio da mandioca, por não necessitar de uma grande quantidade de água, encontrou seu lugar no Semiárido nordestino para se desenvolver. As casas de farinha se espalharam no interior do estado para produzir, quase de forma artesanal, os seus derivados, como a própria farinha, a goma, o beiju, a tapioca e a massa puba. No entanto, com o avanço da industrialização este processo foi, aos poucos, se tornando cada vez mais escasso.

Em Crato, isso não foi diferente. O distrito do Baixio das Palmeiras, que fica a cerca de 12 quilômetros da sede do município, aproximadamente 20 casas de farinha estavam ativas. Atualmente, apenas uma se mantém de pé: a Casa de Farinha Mestre José Gomes, que completa 70 anos de funcionamento.

Erguida em 1953, o equipamento ainda mantém sua estrutura artesanal com prensagem manual e fornalha de barro, por exemplo. Mesmo assim, ficou muito próxima de se extinguir, já que passou cerca de 12 anos desativada, até ser doada para a Associação dos Agricultores Familiares Sagrada Família do Baixio do Muquém fez o seu resgate e colocou de volta para funcionar.

A ideia da comunidade em mantê-la ressalta uma particularidade: é uma das poucas que mantém a estrutura antiga no Crato. Com a doação pelo mestre José Gomes, a associação a mantém como um museu vivo, onde mostra na prática todo o processo que envolve a mandiocultura de perto. “De alguma forma, isso mantém a nossa origem, nossa memória. Se hoje as coisas são mecanizadas, automatizadas, aqui contamos a nossa história”, ressalta o presidente da Associação, o agricultor Assis Nicolau.

Foto: Antônio Rodrigues
Fonte: Opinião CE

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